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Codó, Maranhão, Brazil
Meu nome é Hennilson e moro em Codó, MA.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Mulher presencia crime praticado por policiais e faz denúncia por telefone

Essa notícia passou agora a pouco no JH. No mínimo interessante essa atitude.

A filha visitava o túmulo do pai quando viu o crime praticado por policiais militares. Imediatamente ela liga para a própria PM e denuncia. “A polícia militar acabou de entrar com uma viatura aqui dentro do cemitério, com uma pessoa dentro do carro, tirou essa pessoa do carro e deu um tiro”.
O atendente pede o número do carro. “Espero que eles não me matem também. Olha lá. A placa é DJL-0451. O prefixo é 29411, M29441”.
Um dos policiais que estavam na viatura vai em direção a ela. A testemunha aborda o PM.
- Oi, desculpa senhor. O senhor que estava naquela viatura? O senhor que efetuou o disparo ali? É o senhor que tirou a pessoa de dentro, ali atrás de onde nós estávamos? Eu estou falando com a Polícia Militar.
- Não, não. Eu estava socorrendo o rapaz.
- Socorrendo? Meu senhor, olha bem para a minha cara.
- Calma, senhora. A senhora não sabe o que o rapaz fez.

O policial tenta convencer a testemunha de que eles estavam socorrendo o rapaz. “Ele falou que estava socorrendo, mentira. É mentira senhor, é mentira. Eu não quero conversar com o senhor. O senhor paga pelo o que o senhor faz. O senhor tem a consciência do senhor”.
Toda a conversa foi gravada pela policia. O homem baleado pelos policiais era Dileoni Lacerda Aquino. Ele tinha passagens por desacato, roubo, receptação, formação de quadrilha e resistência. Segundo o comando da Polícia Militar, ele havia roubado um carro. Na perseguição levou um tiro na perna e foi capturado.
“Tiraram de dentro do veículo. Atirou no peito. Colocou de volta. Deram prosseguimento como se fosse resistência seguida de morte e encaminharam para o pronto-socorro”, disse o tenente coronel Roberto Fernandes, comandante da PM
O rapaz morreu. Por causa da gravação foi possível determinar o que realmente aconteceu. O soldado Ailton Vital, 18 anos de profissão, e o soldado Felipe Damel, há cinco anos na PM, estão detidos no Presídio Romão Gomes à disposição da Justiça.
Para a psicóloga, a mulher teve um ato de coragem em nome de um valor maior. “Eu acho que essa senhora tem um profundo sentido de moral, ético, em termos de valorização da vida, da justiça. Que essa pessoa, mesmo sendo um assaltante, merecia um julgamento justo. Ela não deveria ter sido executada sumariamente. Em nome de um valor maior ela se arrisca. Ela foi corajosa nesse sentido. Ela sentiu medo, mas ela enfrentou esse medo e fez valer”, acredita Maria Isabel da Silva Leme, psicóloga e professora da USP.
Para a coordenadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP, Nancy Cardia, o envolvimento de policiais com idades e tempos de carreira diferentes é preocupante. “Não é papel da polícia sentenciar e executar uma sentença que sequer existe no Código Penal Brasileiro. Isso não é comportamento civilizado e não é assim que se controla violência”, afirma Nancy Cardia, coordenador do Núcleo de Estudos Violência da USP.
A Corregedoria da Polícia Militar informou que a testemunha ainda não está inscrita oficialmente no programa de proteção à testemunhas, mas ela está sob escolta da Polícia Militar. Assim que entrar no programa pode ter que mudar de cidade ou de estado.

Seguindo...

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